Disponível em:
http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/reportagem/auto-ajuda/minha-alma-saiu-meu-corpo-voltou-484955.shtml
Publicado em 16/07/2009
Marcela Delphino
O meu corpo estava sendo operado e minha alma assistia a tudo, do alto
Ilustração: Estúdio 3
Ilustração: Estúdio 3
"A sensação era diferente de tudo o que eu já havia sentido. Eu flutuava, perto do teto. Percebi, então, que lá embaixo havia pessoas que eu conhecia. Num olhar mais atento, reconheci minha mãe, uma amiga e duas primas. Estranho... Elas choravam muito. Senti o clima tenso, pesado. "Será que alguém da nossa família morreu?", pensei.
Eu não ouvia o que elas falavam. Tudo tão confuso... E nesse momento um anjo apareceu diante de mim. Ele emitia uma luz forte, amarela e laranja. Foi aí que percebi o que acontecia. Como num filminho de segundos, me lembrei de que tinha sofrido um acidente de carro e que o resgate tinha me levado para um hospital. Lembrei também que os médicos falaram em operação urgente. Meu Deus, era por mim que choravam! Eu estava morrendo...
O caminhão passou o sinal vermelho
Eu voltava de um show do Jairzinho com minha amiga Camila. No cruzamento de uma grande avenida de São Paulo, um caminhão passou no sinal vermelho e bateu com tudo na lateral do meu carro. Fomos arrastadas por uns 10 metros até batermos num poste.
Na hora, não senti dor. Nem me dei conta da gravidade do acidente. Lembro de ouvir os médicos do resgate dizerem que eu havia quebrado o pescoço. No hospital, eu seria operada imediatamente.
Meu espírito voltou ao corpo
Enquanto via todo mundo ali aos prantos, caiu a minha ficha do que acontecia... Era eu quem corria risco de vida! O meu corpo estava sendo operado na sala ao lado e minha alma assistia a tudo, do alto. Mas, quando tomei consciência disso, foi como se o meu espírito voltasse ao meu corpo. Tudo se apagou e não senti mais nada.
Acordei na UTI, ainda sem conseguir falar. Estava meio zonza, estranhando todos aqueles aparelhos. Mas, por dentro, eu sentia uma energia muito boa.
Minha mãe foi a primeira a me visitar. Contei que eu a vi chorando por mim com minhas amigas. Falei do anjo sobrevoando o hospital enquanto eu estava sedada. Não fiquei frente à frente com esse anjo, mas sabia que ele estava lá, no céu, zelando por mim. Não sei se é por influência da minha criação católica, mas tudo me pareceu bem real.
Descobri que tive uma EQM
Além de ter quebrado o pescoço, tive nove fraturas no quadril. Recuperada, contei a amigos sobre as coisas que vi. Só aí, vim saber que isso acontecia com algumas pessoas. Essa sensação de sair do corpo, de ter morrido e voltado à vida, é chamada de "experiência de quase-morte", ou, pra simplificar, EQM.
À princípio, pensei que tudo não passasse de efeitos dos remédios. Mas algumas coisas são realmente inexplicáveis, concorda? Afinal, como eu poderia saber quais eram as pessoas que estiveram lá na sala de espera do hospital enquanto eu era operada?
Só tenho motivos pra comemorar
A minha EQM aconteceu há 10 anos e deixou marcas profundas em minha personalidade. Após o acidente, muita gente dizia que meu comportamento era irreconhecível! Antes, eu era muito brava, briguenta, me ofendia por qualquer coisa. Depois, passei a ser uma pessoa bem mais calma e compreensiva.
Me sinto renascida e essa impressão me acompanha até hoje. Depois de ter colocado um pezinho lá do outro lado e voltado inteirinha, tomei consciência de que sou muito mais do que o meu corpo. Hoje, só tenho motivos pra aproveitar ao máximo meus dias."
Eu não ouvia o que elas falavam. Tudo tão confuso... E nesse momento um anjo apareceu diante de mim. Ele emitia uma luz forte, amarela e laranja. Foi aí que percebi o que acontecia. Como num filminho de segundos, me lembrei de que tinha sofrido um acidente de carro e que o resgate tinha me levado para um hospital. Lembrei também que os médicos falaram em operação urgente. Meu Deus, era por mim que choravam! Eu estava morrendo...
O caminhão passou o sinal vermelho
Eu voltava de um show do Jairzinho com minha amiga Camila. No cruzamento de uma grande avenida de São Paulo, um caminhão passou no sinal vermelho e bateu com tudo na lateral do meu carro. Fomos arrastadas por uns 10 metros até batermos num poste.
Na hora, não senti dor. Nem me dei conta da gravidade do acidente. Lembro de ouvir os médicos do resgate dizerem que eu havia quebrado o pescoço. No hospital, eu seria operada imediatamente.
Meu espírito voltou ao corpo
Enquanto via todo mundo ali aos prantos, caiu a minha ficha do que acontecia... Era eu quem corria risco de vida! O meu corpo estava sendo operado na sala ao lado e minha alma assistia a tudo, do alto. Mas, quando tomei consciência disso, foi como se o meu espírito voltasse ao meu corpo. Tudo se apagou e não senti mais nada.
Acordei na UTI, ainda sem conseguir falar. Estava meio zonza, estranhando todos aqueles aparelhos. Mas, por dentro, eu sentia uma energia muito boa.
Minha mãe foi a primeira a me visitar. Contei que eu a vi chorando por mim com minhas amigas. Falei do anjo sobrevoando o hospital enquanto eu estava sedada. Não fiquei frente à frente com esse anjo, mas sabia que ele estava lá, no céu, zelando por mim. Não sei se é por influência da minha criação católica, mas tudo me pareceu bem real.
Descobri que tive uma EQM
Além de ter quebrado o pescoço, tive nove fraturas no quadril. Recuperada, contei a amigos sobre as coisas que vi. Só aí, vim saber que isso acontecia com algumas pessoas. Essa sensação de sair do corpo, de ter morrido e voltado à vida, é chamada de "experiência de quase-morte", ou, pra simplificar, EQM.
À princípio, pensei que tudo não passasse de efeitos dos remédios. Mas algumas coisas são realmente inexplicáveis, concorda? Afinal, como eu poderia saber quais eram as pessoas que estiveram lá na sala de espera do hospital enquanto eu era operada?
Só tenho motivos pra comemorar
A minha EQM aconteceu há 10 anos e deixou marcas profundas em minha personalidade. Após o acidente, muita gente dizia que meu comportamento era irreconhecível! Antes, eu era muito brava, briguenta, me ofendia por qualquer coisa. Depois, passei a ser uma pessoa bem mais calma e compreensiva.
Me sinto renascida e essa impressão me acompanha até hoje. Depois de ter colocado um pezinho lá do outro lado e voltado inteirinha, tomei consciência de que sou muito mais do que o meu corpo. Hoje, só tenho motivos pra aproveitar ao máximo meus dias."