Nas
postagens anteriores “Transformações
Transcendentais”,
“Diversidade
no Paraíso” e “Diversidade
nas EQMs” refletimos sobre algumas lacunas nos estudos das experiências
de quase-morte, apontando a necessidade de mais investigações. Informamos sobre
a ocorrência de EQMs em diferentes contextos culturais e sobre alguns efeitos
intrigantes que tais experiências podem produzir naqueles que as vivenciam.
Nestas postagens percebe-se a importância de compreender a participação da mente
nestas experiências e o papel da subjetividade e do contexto sociocultural na
mesma.
Recentemente, tivemos a
oportunidade de conhecer pessoas que vivenciaram EQMs ou experiências
semelhantes. Merece destaque o relato de pessoas que citam “crises de ausência”
ou a capacidade de sair do próprio corpo e não conseguiram encontrar apoio
dentro da psicologia ou da saúde. Alguns casos como estes podem ser
interpretados como indicadores de psicopatologia e esta é, freqüentemente, a
única resposta que a psicologia é capaz de oferecer. No entanto, quando estes
casos não podem ser considerados patológicos é preciso buscar outras respostas.
Woolger (n.d) nos fornece uma outra
possibilidade de encarar estas experiências: sendo reais ou não em termos
concretos, elas estão na mente e são psicologicamente reais. Embora a ciência ocidental esteja
estudando este fenômeno recentemente, o oriente já desenvolveu muitas possíveis
respostas, que foram inclusive analisadas pelo próprio Jung na elaboração de
suas idéias e que aparecem também em algumas teorias da física quântica (ver “Consciência
Quântica”). O Livro Tibetano dos Mortos, por
exemplo, informa que a pessoa fará uma viagem durante a morte até o próximo
nascimento e enfrentará neste caminho os seus próprios conflitos, que se
revelarão em uma realidade percebida nos estados intermediários entre uma vida
e a outra.
Independentemente
de considerar tais experiências como produtos de alterações cerebrais, como
indicadores da existência de uma consciência não-local ou como realidades
espirituais, elas são uma oportunidade incrível para que alguém entre em
contato com as suas questões existenciais mais profundas, estando diante da
morte ou não. Algumas pessoas podem procurar tal contato através de drogas como
LSD, Ayahuasca ou "Jurema", enquanto outras buscam em
meditações. Por isso, é importante enfatizar que a psicologia deve ser
capaz de auxiliar as pessoas que vivenciaram ou que procuram vivenciar este
contato, contribuindo para que esta oportunidade seja de fato positiva.
Conheça mais sobre a
visão do “Livro Tibetano dos
Mortos”:
Links (referências)
- Woolger, R. J (n.d): dmpbrasil.com/morte_transicao_tvp.doc
- Sobre o Livro Tibetano: http://www.nova-acropole.pt/a_livro_tibetano_dos_mortos.html
- Sobre Jung (Psicologia e Religião Oriental): https://sites.google.com/site/micadisco/estudossobrec.g.jung
- Sobre as drogas (LSD, Ayahuasca ou "Jurema"): http://azarius.pt/smartshop/psychedelics/ayahuasca/mimosa_hostilis_jurema_preta/
Recomendo também o texto "Da morte e Sua Indestrutibilidade do Ser-em-si", de Arthur Schopenhauer, ele bebeu muito na fonte do induismo
ResponderExcluirAgradecemos a contribuição :)
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