Os
seguidores de Jung atribuem
grande importância aos símbolos ou “arquétipos” que estruturam a subjetividade
das pessoas. Acreditam que é preciso prestar atenção à manifestação destes
símbolos, sejam eles positivos ou negativos (“sombra”), para que se evolua em
busca de mais realização e bem-estar. Segundo Carlos Amadeu Botelho Byington a “Espiritualidade,
na psicologia junguiana é, então, a busca de um relacionamento das vivências
com o Arquétipo Central, chamado de Deus nas religiões” (http://www.libertas.com.br/site/index.php?central=conteudo&id=2689).
Na teoria junguiana, a espiritualidade é um dos cinco aspectos que devem ser
elaborados pela psique durante o processo de individuação (http://sbpa-rj.org.br/site/?page_id=795). Na
Bioenergética o tema aparece
associado ao corpo: Alexander Lowen, fundador desta abordagem, escreveu
um livro chamado “A Espiritualidade do Corpo. Bioenergética para a Beleza e a
Harmonia”. Segundo Cristian G. Valeski de Alencar, esta abordagem considera o
corpo como uma manifestação do espírito e, por isso, valoriza e trabalha com a
dimensão energética dos corpos, acessando-a através de práticas com a
respiração, entre outras (http://www.libertas.com.br/site/index.php?central=conteudo&id=3459).
Embora assumam questões espirituais, a Bioenergética e a teoria
Junguiana são reconhecidas pelo CFP. O mesmo não ocorre com as "psicologias
alternativas", como é o caso da “Transpessoal” ou da “Terapia de Regressão à
vidas passadas”, por exemplo. Como informam Gauer, L. de Souza, Molin e Gomes
(1997), estas psicologias adotam concepções que se distanciam da ciência e se
aproximam da dimensão espiritual, incluindo uma forte influência de tradições
orientais. Como a psicologia é um campo diversificado e em constante movimento,
é possível que um dia algumas psicologias alternativas alcancem o reconhecimento
científico. De qualquer forma, estas “psicoterapias” possuem o reconhecimento
de pessoas que se identificaram com estes modelos e obtiveram bem-estar através
deles.
A psicologia Transpessoal,
inclui em sua teoria conhecimentos da física quântica e de tradições orientais
como o budismo, o hinduísmo e o taoísmo. Para esta abordagem a meta é
desenvolver o indivíduo em todas as suas dimensões (física, emocional, mental e
espiritual), buscando a expansão da consciência (http://www.humanitatis.com/formacao_transpessoal.asp).
Segundo Vera Saldanha foi Maslow quem fundou a psicologia Transpessoal,
motivado pela sua constatação da necessidade de considerar a dimensão espiritual
dos seres humanos (http://www.alubrat.org.br/img/File/O%20que%20%C3%A9%20Psicologia%20Transpessoal%20por%20Vera%20Saldanha.pdf). Quanto às terapias de regressão, apesar do reconhecimento científico da hipnose,
nem todas as técnicas utilizadas são reconhecidas e muito menos a existência de
memórias de vidas passadas. Porém, o mais importante do ponto de vista
terapêutico não é saber se existem memórias de outra vida ou se o conteúdo
evocado pelas técnicas são apenas construções simbólicas do inconsciente, o que
importa é saber se a "regressão" foi capaz de ajudar o indivíduo a
ressignificar a sua história – veja os vídeos a seguir:
Há
ainda uma controversa
área de pesquisas, conhecida como “Parapsicologia”, que busca reconhecimento
acadêmico e defende o uso da metodologia científica para verificar a existência
e a possibilidade de explicação dos fenômenos tidos como paranormais. Esta área
existe há pouco mais de um século e ainda não há muitos consensos entre os
próprios parapsicólogos ou reconhecimento por parte de outros pesquisadores. No
entanto, a Parapsicologia continua investigando a paranormalidade e já obteve
alguns resultados, incluindo indicações da existência da telepatia. É possível
conhecer mais sobre esta área a partir de uma entrevista com o psicólogo
Wellington Zangari, em um texto produzido por Carlos Chernij no site da
“Superinteressante” (http://super.abril.com.br/cotidiano/parapsicologo-duvidar-crer-445644.shtml).
Esperamos ter contribuído de alguma forma para aqueles que gostariam de encontrar um apoio na psicologia, tendo um espaço maior para expor suas questões ou experiências transcendentais, sejam elas de quase-morte ou não. Lembrando que a espiritualidade aqui não é o mesmo que religiosidade, como já foi dito em “Consciência, Ciência e Espiritualidade”; espiritualidade é uma busca por um sentido maior, vivida de formas diferentes em diferentes religiões – e estas diferenças devem ser respeitadas em qualquer psicoterapia seja ela “científica” ou “alternativa”.
Esperamos ter contribuído de alguma forma para aqueles que gostariam de encontrar um apoio na psicologia, tendo um espaço maior para expor suas questões ou experiências transcendentais, sejam elas de quase-morte ou não. Lembrando que a espiritualidade aqui não é o mesmo que religiosidade, como já foi dito em “Consciência, Ciência e Espiritualidade”; espiritualidade é uma busca por um sentido maior, vivida de formas diferentes em diferentes religiões – e estas diferenças devem ser respeitadas em qualquer psicoterapia seja ela “científica” ou “alternativa”.
Referências Bibliográficas
Gauer, G.; L. de Souza, M.; Molin, F. D; Gomes, W. B. Terapias alternativas: uma questão contemporânea em psicologia. Psicol. cienc. prof. v.17 n.2 Brasília 1997. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1414-98931997000200004&script=sci_arttext> Acesso em fev/2014.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirGostei bastante do cuidado em mostrar e tratar de diferentes caminhos para a vivência da espiritualidade e eqm. Acho que assim tb reconstroem a proposta de eqm, colocando-a em diferentes fronteiras. Lembrar que cabe ao psicólogo saber como lidar e onde está na concepção de eqm. Abraços
ResponderExcluir