O que seria a morte?
A morte tornou-se questão para o homem a partir de
seus sentimentos ambivalentes para com o outro. A morte de um inimigo podia ser
concebida sob forma de aniquilamento total, mas a perda de um ente querido bem
como odiado sob alguns aspectos fê-lo criar a noção de alma, de uma continuação
pós-morte, de forma que este, que antes da morte era fonte de ódio e amor,
passa a também ser fonte de temor e respeito como espírito (Freud, 1914-16, p.332-333,
como citado em Alves, 2013).
A
morte, até pouco tempo, tinha por definição geral, o momento em que a mente e o
corpo deixavam de funcionar ao mesmo tempo, o “ultimo suspiro” ou quando o
coração não batia mais. Os testes para essa comprovação, pela simplicidade, não
tinham problemas para comprovar a ausência de pulso, dos batimentos cardíacos e
dos movimentos dos pulmões. Observam-se as representações que estão ligadas ao "morrer", temas e signos que marcam sua trajetória na literatura: sono, noite,
trevas, terra, céu, destino, etc...
A morte
recebeu inúmeros conceitos ao passar dos anos devido aos avanços tecnológicos
da medicina e das informações que eram disponibilizadas, tanto por conta dos
valores culturais da sociedade acerca do assunto quanto pelo conhecimento
cientifico. Segundo Lima (2004) definiu-se, então, um conceito para cada um dos
tópicos estudados, para que assim, houvesse apenas um conceito universal para
todos os países:
O
conceito de morte reflete a
compreensão social dos limites possíveis da vida e baseia-se na experiência
vivida. Relaciona-se de forma complexa com o conhecimento cientifico. Os critérios de morte refletem o que
julgamos necessário acontecer – à luz do conhecimento fisiopatológico – para
que aquilo que estabelecemos como morte possa acontecer. Os testes são os procedimentos práticos que nos ajudam a determinar
quando os critérios são satisfeitos, ou seja, quando ocorre a morte (Lima,
2004, p. 07).
Souza (2009, como
citado em Alves, 2013) esclarece que embora a biociência e a medicina estudem o
processo físico da morte, é papel da psicologia compreender a mente diante da
finitude da vida. A morte acompanha todo o trajeto do ser humano desde o seu
nascimento até o encerramento do ciclo vital, traz consigo uma carga emocional
relativamente alta, seja em quem está em seu estado terminal, seja naqueles que
estão a sua volta. Atualmente, morrer passou a ser visto como um processo e não
mais como um evento ou momento.
As implicações do diagnóstico da morte para a compreensão das experiências de quase-morte.
A morte
clínica é observada quando há parada das funções cardíacas, respiratórias e do
funcionamento cerebral, mas, com possibilidade de reanimação. Essas situações
não definem o momento da morte propriamente dita. Atualmente, existem vários
métodos para o diagnóstico de morte. A reanimação confirma que a morte não é um
evento que ocorre apenas uma vez. Por isso, faz-se necessária a distinção entre
a morte dita clínica e a morte vital.
Na
morte vital, não existe a possibilidade de reanimação, é quando ocorre a morte
das células do corpo. A morte vital é “uma parada irreversível das funções
vitais” (Souza, 2009, p.58, como citado em Alves, 2013). “[...] Em outras
palavras, a ‘morte’ é definida como o estado do corpo do qual é impossível
voltar à vida” (Moody, 1979, p.142, como citado em Alves, 2013). Mas, como
informa Souza (2009, como citado em Alves, 2013), entre a morte clínica e a
morte vital existe uma distância temporal de aproximadamente cinco minutos,
podendo chegar até os trinta minutos. Isso nos leva a refletir que em alguns
casos de experiências de quase-morte, a pessoa foi diagnosticada como morta
clinicamente, embora ainda estivesse viva e, portanto, o seu cérebro ainda não
tinha parado de funcionar durante a EQM. Essa reflexão apóia o pressuposto
científico de que a consciência é uma função do cérebro.
O
diagnóstico de morte encefálica é decisivo na busca pela confirmação do
pressuposto mencionado; é definido pela total ausência das atividades ou
funções cerebrais e, consequentemente, pela perda da consciência. Este
diagnóstico é a máxima expressão da insuficiência do cérebro, havendo inclusive
a perda dos reflexos do tronco cerebral. (Alves, 2013). A ocorrência de uma EQM
em um quadro assim seria um forte indicador para questionar a validade do
pressuposto assumido cientificamente.
Na maioria das
vezes, quem passa por uma morte clínica e é reanimado, não se lembra de nada do
que ocorreu. Algumas pessoas relatam que parecia como se elas estivessem em um
sonho e o fato de acordar pudesse ter apagado o que elas tinham visto e/ou
vivido. Em outros casos, são relatados, que os indivíduos lembram vividamente
de tudo o que aconteceu durante todo o processo de morte clínica. Parte desses
relatos evidenciam experiências muito vívidas do que estava ocorrendo ao seu
redor e/ou em torno do indivíduo, essas experiências são chamadas de EQM.
Segundo Borges (1999, como citado em Alves, 2013) na EQM, a consciência extracorpórea não percebe apenas o mundo físico, mas parece relacionar-se com outro tipo de realidade não-física, experimentando com freqüência um sentimento profundo de amor e de paz, assim como de unidade com todo o universo.
De acordo com Greyson (2007, como citado em Alves, 2013) os aspectos transcendentais ou místicos e a ocorrência de um funcionamento mental ampliado, quando o cérebro está gravemente danificado, desafiam a teoria comum da neurociência, a qual afirma que a consciência é unicamente o produto de processos cerebrais, ou que a mente é meramente um epifenômeno (um fenômeno juntando a outro). O conhecimento da relação mente-cérebro poderia ser ampliada através de uma exploração de ocorrências extraordinárias como a EQM, que pode revelar as limitações do modelo atual de compreensão e afirmar a necessidade de se desenvolver um modelo explicativo mais abrangente (Alves, 2013). A compreensão do tema ainda está nos seus primórdios.
Segundo Borges (1999, como citado em Alves, 2013) na EQM, a consciência extracorpórea não percebe apenas o mundo físico, mas parece relacionar-se com outro tipo de realidade não-física, experimentando com freqüência um sentimento profundo de amor e de paz, assim como de unidade com todo o universo.
De acordo com Greyson (2007, como citado em Alves, 2013) os aspectos transcendentais ou místicos e a ocorrência de um funcionamento mental ampliado, quando o cérebro está gravemente danificado, desafiam a teoria comum da neurociência, a qual afirma que a consciência é unicamente o produto de processos cerebrais, ou que a mente é meramente um epifenômeno (um fenômeno juntando a outro). O conhecimento da relação mente-cérebro poderia ser ampliada através de uma exploração de ocorrências extraordinárias como a EQM, que pode revelar as limitações do modelo atual de compreensão e afirmar a necessidade de se desenvolver um modelo explicativo mais abrangente (Alves, 2013). A compreensão do tema ainda está nos seus primórdios.
Bibliografias
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